segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Na escuridão miserável

Fernando Sabino

Eram sete horas da noite quando entrei no carro, ali no Jardim Botânico. Senti que alguém me observava, enquanto punha o motor em movimento. Voltei-me e dei com uns olhos grandes e parados como os de um bicho, a me espiar, através do vidro da janela, junto ao meio-fio. Eram de uma negrinha mirrada, raquítica, um fiapo de gente, encostada ao poste como um ani
malzinho, não teria mais que uns sete anos. Inclinei-me sobre o banco, abaixando o vidro:

-O que foi, minha filha? - perguntei, naturalmente pensando tratar-se de esmola.


-Nada não senhor - respondeu-me, a medo, um fio de voz infantil.


-O que é que você está me olhando aí?


-Nada não senhor - repetiu. - Esperando o bonde...


-Onde é que você mora?


-Na Praia do Pinto.


-Vou para aquele lado. Quer uma carona?


Ela vacilou, intimidada. Insisti, abrindo a porta:


-Entra aí, que eu te levo.


Acabou entrando, sentou-se na pontinha do banco, e enquanto o carro ganhava velocidade, ia olhando duro para frente, não ousava fazer o menor movimento. Tentei puxar conversa:


-Como é o seu nome?


- Teresa.


- Quantos anos você tem, Teresa?


-Dez.


-E o que estava fazendo ali, tão longe de casa?


-A casa da minha patroa é ali.


-Patroa? Que patroa?


Pela sua resposta pude entender que trabalhava na casa de uma família no Jardim Botânico: lavava, varria a casa, servia a mesa. Entrava às sete da manhã, saía às oito da noite.


-Hoje saí mais cedo. Foi jantarado.


-Você já jantou?


-Não. Eu almocei.


-Você não almoça todo dia?


-Quando tem comida pra levar, eu almoço: mamãe faz um embrulho de comida para mim.


-E quando não tem?


-Quando não tem, não tem - e ela até parecia sorrir, me olhando pela primeira vez. Na penumbra do carro, suas feições de criança, esquálidas, encardidas de pobreza, podiam ser as de uma velha. Eu não me continha mais de aflição, pensando nos meus filhos bem nutridos - um engasgo na garganta me afogava no que os homens experimentados chamam de sentimentalismo burguês.


-Mas não te dão comida lá? - perguntei, revoltado.


- Quando eu peço eles me dão. Mas descontam no ordenado, mamãe disse pra eu não pedir.


-E quanto você ganha?


-Mil cruzeiros.


-Por mês?


Diminuí a marcha, assombrado, quase parei o carro, tomado de indignação. Meu impulso era voltar, bater na porta da tal mulher e meter-lhe a mão na cara.


-Como é que você foi parar na casa dessa... foi parar nessa casa? - perguntei ainda, enquanto o carro, ao fim de uma rua do Leblon, se aproximava das vielas da Praia do Pinto. Ela disparou a falar:


-Eu estava na feira com mamãe e então a madame pediu para eu carregar as compras e aí noutro dia pediu à mamãe pra eu trabalhar na casa dela então mamãe deixou porque mamãe não pode ficar com os filhos todos sozinhos e lá em casa é sete meninos fora dois grandes que já são soldados pode parar que é aqui moço, brigado.


Mal detive o carro, ela abriu a porta e saltou, saiu correndo, perdeu-se logo na escuridão miserável da Praia do Pinto.
 
Obra retirada do facebook de Leonardo Valdez.

A menininha e o gerente

Carlos Drummond de Andrade

- Não, paizinho, não! Quero ir com você!

- Mas meu bem, não posso levar você lá. O lugar não é próprio. Não vou demorar nada, só dez minutos. Seja boazinha, fique me esperando aqui.

- Não, não! - a garotinha soluçava. Agarrou-se à calça do pai como quem se agarra a uma prancha no mar.

Ele insistia:

- Que bobagem, uma menina de sua idade fazendo um papelão desses.

- Você não volta!

- Volto, ora essa, juro que volto, meu amor.

Prometendo, ele passeava o olhar pela rua, impaciente.

Ela baixara a cabeça, chorando. Estavam diante da papelaria. O gerente assistia à cena. O homem aproximou-se dele:

- Faz-me o obséquio de tomar conta de minha filha por alguns instantes? Vou a um lugar desagradável, não posso levá-la comigo.

- Mas...

- Quinze minutos no máximo. É ali adiante. Muito obrigado, hein? E sumiu.

A garotinha continuava de olhos baixos, imóvel, o dorso da mão esquerda junto à boca. O gerente passou-lhe a mão nos cabelos, de leve.

- Vem cá. Ela não se mexeu.

- Como é que você se chama? Carmen? Luísa? Marlene?

Como não respondesse, o gerente foi desfiando nomes, sem esperança de acertar. Mas ao dizer "Estela", a cabecinha moveu-se, confirmando.

- Estela, você sabe que está com um vestido muito bonito?

Estela tirou a mão dos olhos, examinou o próprio vestido e não disse nada. Mas o gelo fora rompido. Daí a pouco o gerente mostrava-lhe a caixa registradora e autorizava-a a marcar uma venda de 200 cruzeiros.

- Olha um gatinho. Ele mora aqui?

- Mora. - E que é que ele come?

- Papel. - Mentiroso!

- Então pergunte a ele.

O gato acordou, deixou-se afagar e tornou a dormir, desta vez nos braços de Estela. O gerente olhou o relógio; tinham se passado quinze minutos, o homem não aparecia. "Bonito se ele não vier mais. Que vou fazer com esta garotinha, na hora de fechar?" Tentou lembrar o rosto do desconhecido; impossível. Já pensava em telefonar para a polícia, quando Estela o puxou pela perna:

- Além da máquina e do gatinho, você não tem mais nada para me mostrar? Ele abarcou com a vista a loja toda e sentiu-a mal sortida, pobre. "Eu devia ter aberto uma loja de brinquedos, pelo menos um bazar." Experimentou com Estela o apontador de lápis, o grampeador. E o homem não vinha. É, não vem mais. Estela andava de um lado para outro, dona do negócio. Ele, inquieto. - Não mexa nas gavetas, filhinha.

- Não sou sua filhinha.

- Desculpe.

- Desculpo se você deixar eu abrir.

- Então deixo. Dentro havia balões, estrelinhas, saldo do último Natal. E ele que não se lembrava daquilo. Estela riu de sua ignorância, e o homem não vinha. O movimento de fregueses declinava. Na calçada, as filas de lotação iam crescendo. Daí a pouco, a noite.
Estela soprou um balão, outro, quis soprar dois ao mesmo tempo. Um estourou. Ela assustou-se. Ele riu. "Se o homem não aparecesse mais, que bom! Aliás, a cara dele era de calhorda. Ainda bem que me escolheu." Levaria Estela para casa, a mulher não ia estranhar, fariam dela uma filha - a filha que praticamente não tinham mais, pois casara e morava longe, no Peru.
E se o pai reclamasse depois? Ora, quem entrega sua filha a um estranho, diz que vai demorar quinze minutos, passa uma hora e não volta, merece ter filha?

O empregado arriava a cortina de aço quando apareceram duas pernas, um tronco inclinado, uma cabeça.

- Dá licença? Demorei mais do que pensava, desculpe. Muito obrigado ao senhor. Vamos, filhinha. O gerente virou o rosto, para não ver, mas chegou até ele a despedida de Estela:

- Até logo, homem do balão! E a filha ficou mais longe ainda, no Peru.
 
Obra retirada do facebook de Leonardo Valdez. 

A minha glória literária

Rubem Braga

“Quando a alma vibra, atormentada..."


Tremi de emoção ao ver essas palavras impressas. E lá estava o meu nome, que pela primeira vez eu via em letra de fôrma. O jornal era O Itapemirim, órgão oficial do Grêmio Domingos Martins, dos alunos do Colégio Pedro Palácios, de Cachoeiro de Itapemirim, Estado do Espírito Santo.


O professor de Português passara uma com
posição: A Lágrima. Não tive dúvidas: peguei a pena e me pus a dizer coisas sublimes. Ganhei 10, e ainda por cima a composição foi publicada no jornalzinho do colégio. Não era para menos:

"Quando a alma vibra, atormentada, às pulsações de um coração amargurado pelo peso da desgraça, este, numa explosão irremediável, num desabafo sincero de infortúnios, angústias e mágoas indefiníveis, externa-se, oprimido, por uma gota de água ardente como o desejo e consoladora como a esperança; e esta pérola de amargura arrebatada pela dor ao oceano tumultuoso da alma dilacerada é a própria essência do sofrimento: é a lágrima."


É claro que eu não parava aí. Vêm, depois, outras belezas; eu chamo a lágrima de "traidora inconsciente dos segredos d'alma", descubro que ela "amolece os corações mais duros" e também (o que é mais estranho) "endurece os corações mais moles". E acabo, com certo exagero, dizendo que ela foi "sempre, através da História, a realizadora dos maiores empreendimentos, a salvadora miraculosa de cidades e nações, talismã encantado de vingança e crime, de brandura e perdão".


Sim, eu era um pouco exagerado; hoje não me arriscaria a afirmar tantas coisas. Mas o importante é que minha composição abafara e tanto que não faltou um colega despeitado que pusesse em dúvida a sua autoria: eu devia ter copiado aquilo de algum almanaque.


A suspeita tinha seus motivos: tímido e mal falante, meio emburrado na conversa, eu não parecia capaz de tamanha eloquência. O fato é que a suspeita não me feriu, antes me orgulhou; e a recebi com desdém, sem sequer desmentir a acusação. Veriam, eu sabia escrever coisas loucas; dispunha secretamente de um imenso estoque de "corações amargurados", "pérolas da amargura" e "talismãs encantados" para embasbacar os incréus; veriam...


Uma semana depois, o professor mandou que nós todos escrevêssemos sobre a Bandeira Nacional.

Foi então que — dá-lhe Braga! — meti uma bossa que deixou todos maravilhados. Minha composição tinha poucas linhas, mas era nada menos que uma paráfrase do Padre-Nosso, que começava assim: "Bandeira nossa, que estais no céu..."

Não me lembro do resto, mas era divino. Ganhei novamente 10, e o professor fez questão de ler, ele mesmo, a minha obrinha para a classe estupefata. Essa composição não foi publicada porque O Itapemirim deixara de sair, mas duas meninas — glória suave! — tiraram cópias, porque acharam uma beleza.


Foi logo depois das férias de junho que o professor passou nova composição: Amanhecer na Fazenda. Ora, eu tinha passado uns quinze dias na Boa Esperança, fazenda de meu tio Cristóvão, e estava muito bem informado sobre os amanheceres da mesma. Peguei da pena e fui contando com a maior facilidade. Passarinhos, galinhas, patos, uma negra jogando milho para as galinhas e os patos, um menino tirando leite da vaca, vaca mugindo... e, no fim, achei que ficava bonito, para fazer pendant com essa vaca mugindo (assim como "consoladora como a esperança" combinara com "ardente como o desejo"), um "burro zurrando". Depois fiz parágrafo, e repeti o mesmo zurro com um advérbio de modo, para fecho de ouro:


"Um burro zurrando escandalosamente."


Foi minha desgraça. O professor disse que daquela vez o senhor Braga o havia decepcionado, não tinha levado a sério seu dever e não merecia uma nota maior do que 5; e para mostrar como era ruim minha composição leu aquele final: "um burro zurrando escandalosamente".


Foi uma gargalhada geral dos alunos, uma gargalhada que era uma grande vaia cruel. Sorri amarelo. Minha glória literária fora por água abaixo.
 
Obra returada do facebook de Leonardo Valdez.

Gente boa e gente inútil

Paulo Mendes Campos

Conheci um rapaz que, há uns vinte anos, ganhou uma bolsa para estudar anatomia patológica nos EUA, e nunca mais voltou. Americanizou-se? Encantou-se? Ficou rico? Não, nada disso, mora numa cidadezinha gelada quase na fronteira do Canadá, tem um ordenado que lhe basta apenas para as despesas fundamentais, não se diverte, gasta os dias e boas horas da noite metido num laboratório. Foi incorporado aos pesquisadores de câncer. Notaram-lhe o talento, pediram-lhe que ficasse, e ele ficou. Brilhante entre os mais brilhantes alunos que passaram pela Faculdade de Medicina de Belo Horizonte, desistiu do futuro, largou tudo, fez-se anônimo e pobre, ingressou num claustro leigo, só deixando o seu trabalho para gemer um pouco de frio e saudade do Brasil, antes de dormir.

Homens como o Doutor Albert Schweitzer, capazes de trocar um destino artístico ou literário por um devotamento humanitário, são os santos de nosso tempo. A frieza de um laboratório, no entanto, ainda me parece um mundo mais estranho e árido do que a África Equatorial Francesa. Amar os homens por detrás de um microscópio, sem sentir nunca a reciprocidade do gesto generoso, é fantástico e humilhante para mim, tíbio comodista. Os fatos são duros. Aperta-se o cerco contra o câncer nos EUA e em outros países. A conquista do espião interplanetário não é tão emocionante quanto essa luta contra a morte. Antigamente, as epidemias chegavam de repente e dizimavam povos inteiros. As pestes modernas tomam aspecto moderno. As estatísticas sabem que 450 mil americanos serão vítimas do câncer este ano; destes, 260 mil estão condenados à morte. Sabe-se ainda, por exemplo, que no Norte dos EUA diminui a mortalidade por leucemia, mas no Sul a incidência mortal vem sendo acrescida. O mal é misterioso e aterroriza. Só não aterroriza o cientista escondido entre paredes assépticas, a isolar vírus, a traçar esquemas táticos, a vislumbrar esperanças, a chocar-se contra desilusões, a repetir, com o poeta, que cada nova tentativa é um fracasso diferente. É preciso usar nesta guerra - fala agora um cientista famoso - de todas as coisas que conquistaram mundos.

Admiro gente assim com a mais pura e selvagem simpatia de meu espírito.

Visitei há alguns anos o Instituto Pavlov, perto de Leningrado. Lá, em uma sala modesta e também fria, fui apresentado a um homem muito magro, desleixado no vestir, cabelos despenteados e de uma timidez de quem não tem o hábito de falar muito. Era um cientista famoso, chamava-se Victor Fiodorov. Pacientemente, ele me explicou a natureza das experiências que vinha realizando há longos anos, no sentido de tentar obter uma informação mais precisa sobre o câncer e a transmissão dos caracteres adquiridos. Contou-me com certa ternura a vida dos ratinhos assustados, detalhou-me suas idas e vindas, indutivas e dedutivas, pistas falsas, equívocos, surpresas repentinas, observações novas para a ciência, fez-me enfim um relatório completo daquilo que era a sua própria existência. Depois calou-se. Nesse ponto, naturalmente, ocorreu-me perguntar-lhe a que conclusão final chegara. O homem magro sorriu um sorriso decepcionado de criança que não ganhou presente, e respondeu-me: "Ainda não cheguei a qualquer conclusão; não há nada que me diga que eu haja contribuído para a cura do câncer".

Quando cheguei lá fora, num silêncio gravado pela neve e pelo grito estrídulo das gralhas no alto dos abetos, compreendi que não poderia esquecer aquele sorriso nunca mais. Não faço nada pelo bem de ninguém e, decerto, faço mal a algumas pessoas. Mas o sorriso do cientista Fiodorov, ao revelar-me a sua frustração ao longo de tantos anos de trabalho, pelo menos me acusa e não me deixa esquecer de que vim ao mundo causando dores e sem procurar diminuir a dor de ninguém. Um inútil. Resta-me a vaidade vulgar de saber que não presto para nada, pois o bonito entre os intelectuais de hoje é não ter compaixão da humanidade. Azar meu, que tenho, e nada faço.

Obra retirada do facebook de Leonardo Valdez.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Geopolítica do Oriente Médio - Parte I

O Oriente Médio é onde se localiza os maiores produtores mundiais do petróleo. Ao dizer-lhes isso, logo muitos pensam que é um território rico, mas não é e vou lhes explicar o motivo.
O fato de possuir muitos países produtores mundiais de petróleo não interfere no índice de desenvolvimento humano e nem no saneamento básico. Por isso, o território sofre de grande sub-desenvolvimento, falta de energia e saneamento básico, pois isso exige investimento na área social.
Além destes fatores, neste território a democracia não prevalece e há muitos conflitos internos relacionados a religião pelo fato de no Oriente Médio estar presente três religiões monoteístas: judaísmo, islamismo e cristianismo.
O islamismo divide-se em dois grupos: xiitas (moderados) e os sunitas (radicais).
Nos tempos antes de Cristo, os judeus estavam sendo atacados constantemente pelos babilônios, sírios e por último pelos romanos, logo no ataque dos romanos deu-se início a diáspora, quando os judeus espalharam-se pelo o mundo.
Então veio a Segunda Guerra Mundial, período nazista e de grande perseguição aos judeus. Houve então a criação do estado de Israel, um estado judeu, para reunir os judeus que estavam sendo perseguidos pelos nazistas, mas a criação do estado de Israel implicou no surgimento de um conflito, pois os palestinos não aceitaram a criação de Israel e nem os árabes, porque achavam que estavam perdendo um território que eram deles.
Assim iniciaram conflitos árabes-israelenses como a Guerra de Suez (quando houve a nacionalização do canal de Suez, quem o dominaria seria o Egito), Guerra dos Seis Dias, Guerra de Yom Kippur (quando o egito anexou a península do Sinai através do acordo de Camp David) e a 1º intifada, que foi quando crianças palestinas tacavam pedras em soldados israelenses.
Yasser Arafat líder da (OLP- Organização para a Libertação da Palestina) resolveu então a chegar a um acordo com os israelenses. Reuniram-se Yasser Arafat e Ytzhak Rabin em Washington e entraram em um acordo, que os israelenses devolveriam a Gaza e a Cisjordânia (territórios ocupados pelos judeus na Guerra da Independência do Estado de Israel) aos palestinos.
Não durou muito tempo, iniciou a 2º intifada com constantes conflitos entre árabes e israelenses e tudo piorou quando Ariel Sharon, primeiro-ministro de Israel, culpou Arafat de estar promovendo atentados contra Israel, assim Israel começou a bombardear os palestinos na faixa de Gaza.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Marido e Mulher

Paulo Mendes Campos

- Arnaldo, você é o fino: aqui em casa não tem uma gota d’água há cinco dias e você está uma pilha. Acho perfeitamente normal, meu bem, que você esteja nervoso… Mas você está com raiva é de mim, você está agindo como se fosse eu a responsável pelo fato de não ter água no Rio de Janeiro.
- Teresa, vou ser franco com você: você é a responsável pelo fato de não ter água no Rio de Janeiro. Tá bem?
- Não morei na piada.
- Não tem piada nenhuma. Estou falando português claro: você é a culpada pela falta d’água aqui em casa.
- Essa, não!
- Mas é claro que você é a culpada: toda mulher é culpada quando falta água em casa.
- Essa é a maior!
- Pois fique sabendo dum princípio banal: a mulher é a responsável pelas coisas que acontecem dentro de casa. Ela é a secretária administrativa, a gerente do lar!
- Mas o caso é que a água não acontece dentro de casa, a água vem lá de fora dentro dum cano. Tá?
- Teresa, quando um marido chega e as torneiras estão secas a culpa é exclusivamente da mulher. Não tenha sobre isso a menor dúvida.
- Mas isso é uma injustiça. O que eu posso fazer?
- Não sei: o problema é seu.
- Você hoje está muito engraçadinho.
- Escute, minha filha: a humanidade é dividida em homens e mulheres, é ou não é? Tanto numa tribo do Araguaia como no Rio, os homens cuidam dumas tantas coisas, as mulheres de outras. Na civilização cristã, a mulher toma conta da casa, o homem em geral trabalha fora. Estou certo ou errado? Logo…
- Mas espera aí…
- Logo, as mulheres são as responsáveis pela falta d’água.
- Francamente, você como sociólogo não fazia nem para o café. Que culpa tenho eu, a pobre Teresa, pelo fato de os prefeitos do Rio terem politicado o tempo todo?
- Que culpa? Uma parte da culpa, claro.
- Que parte?
- A parte que afeta a vida de casa. Os homens têm a outra parte. Morou? Falta d’água: culpa das mulheres; bagunça dos transportes: culpa dos homens.
- Estou começando a entender seu ponto de vista.
- Não é ponto de vista nenhum: é um fato trivial.
- Só não admito que as mulheres sejam culpadas pela falta d’água. Eu não entendo de água! Como é que eu, tomando conta de casa o dia inteiro, vou saber se o Governo fez ou não fez a adutora do Sandu?
- Do Guandu… Já disse que o problema é seu. Por que você não saiu em praça pública, não protestou, não botou fogo na Prefeitura ou no prefeito? O que você devia ter feito eu não sei.
- Venha cá. Não seria mais lógico que os homens ficassem encarregados dessa parte do abastecimento d’água? O que eu não me conformo é com a água…
- Seria se os homens é que ficassem em casa. Aliás, nisso você tem inteira razão: sempre achei que os homens deviam tomar conta de casa e que as mulheres deveriam sair para trabalhar. Perfeito.
- Eu não estou dizendo isto…
- Mas eu estou. Não estou brincando, não. A mulher tem muito mais capacidade de trabalhar do que o homem. Sempre admirei a ordem e a eficiência com que trabalham. Mulher exatamente só não tem vocação é para tomar conta de casa. São umas caóticas totais. Você vê um homem no escritório ou na repartição: trabalha chateado, reclamando, esquece as coisas, confunde tudo. E vê a mulher: mulher trabalha de bom humor! Agora, você quer ver um homem feliz: manda, por exemplo, ele organizar um almoço. Como é que ele faz tudo direitinho, muito satisfeito, não se esquece de nada, sai tudo uma beleza! Olhe aqui: um homem dentro duma cozinha é a imagem da felicidade! Mas a mulher vai para a cozinha como se fosse para o inferno.
- Você está ficando biruta.
- Biruta é a minha querida sogra. Estou dizendo uma coisa simples, uma coisa que a gente pode ver a toda hora. Primeiro: mulher se realiza no emprego; o homem uiva para ganhar a vida. Segundo: o homem é um frustrado porque gosta e tem jeito para cuidar de casa; mulher não sabe cuidar de casa, mulher detesta cuidar de casa! Isso ninguém me tira da cabeça.
- Pois para mim esta sua ideia é novidade.
- Novidade ou não, é a pura verdade. Você já olhou bem a cara dum homem quando ele lá um dia resolve encerar a casa? É uma cara de absoluta plenitude. E como os homens enceram bem! Agora, você reparou na cara duma mulher que vai trocar uma lâmpada? É a cara da vítima! A cara do casamento fracassado! Ela destorce a lâmpada queimada como se estivesse na cadeira elétrica!
- Ah, não, meu filho, isso é porque mulher tem medo de choque.
- Pois é: medo de choque… Mulher tem medo de choque mesmo com a eletricidade desligada… Não, minha filha, as coisas estão erradas, mas um ponto é indiscutível: o homem é um animal doméstico e a mulher é um animal social; o homem gostaria de organizar a casa e a mulher gostaria de organizar as coisas públicas; trabalho em casa devia ser para os homens; trabalho fora, para as mulheres. É claro.
- Queria ver você lavando as fraldas do Antônio Henrique…
- Lavaria, por que não? Lavar fralda é uma coisa chata para qualquer sexo, é um ônus… Mas isso não tem nada a ver com a história.
- Eu ficaria convencida se você fosse lá dentro e me preparasse uma laranjada bem geladinha, com pouco açúcar.
- Com o maior prazer!

(Obra retirada do facebook de Leonardo Valdez).

Meu ideal seria escrever...

Rubem Braga

Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse -- "ai meu Deus, que história mais engraçada!". E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria -- "mas essa história é mesmo muito engraçada!".

Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.

Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera a minha história chegasse -- e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário do distrito, depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aqueles pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse -- "por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!" . E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.

E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin, a um japonês, em Chicago -- mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: "Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento; é divina".

E quando todos me perguntassem -- "mas de onde é que você tirou essa história?" -- eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: "Ontem ouvi um sujeito contar uma história...".

E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.

(Obra retirada do facebook de Leonardo Valdez)

A cabra e Francisco

Carlos Drummond de Andrade

Madrugada. O hospital, como o Rio de Janeiro, dorme. O porteiro vê diante de si uma cabrinha malhada, pensa que está sonhando.

- Bom palpite. Veio mesmo na hora. Ando com tanta prestação atrasada, meu Deus.

A cabra olha-o fixamente.

- Está bem, filhinha. Agora pode ir passear. Depois volta, sim?

Ela não se mexe, séria.

- Vai cabrinha, vai. Seja camarada. Preciso sonhar outras coisas. É a única hora em que sou dono de tudo, entende?

O animal chega mais para perto dele, roça-lhe o braço. Sentindo-lhe o cheiro, o homem percebe que é de verdade e recua.

- Essa não! Que é que você veio fazer aqui, criatura? Dê o fora, vamos.

Repele-a com jeito manso, porém a cabra não se mexe, encarando-o sempre.

- Aiaiai! Bonito. Desculpe, mas a senhora tem de sair com urgência, isto aqui é um estabelecimento público. (Achando pouco satisfatória a razão). Bem, se é público devia ser para todos, mas você compreende... (Empurra-a docemente para fora, e volta à cadeira).

- O quê? Voltou? Mas isso é hora de me visitar, filha? Está sem sono? Que é que há? Gosto muito de criação, mas aqui no hospital, antes do dia clarear... (Acaricia-lhe o pescoço.) Que é isso! Você está molhada? Essa coisa pegajosa...O que: sangue?! Por que não me disse logo, cabrinha de Deus? Por que ficou me olhando assim feito boba? Tem razão: eu é que não entendi, devia ter morado logo. E como vai ser? Os doutores daqui são um estouro, mas cabra é diferente, não sei se eles topam. Sabe de uma coisa? Eu mesmo vou te operar!

Corre à sala de cirurgia, toma um bisturi, uma pinça; à farmácia, pega mercúrio-cromo, sulfa e gaze; e num canto do hospital, assistido por dois serventes, enquanto o dia vai nascendo, extrai da cabra uma bala de calibre 22, ali cravada quando o bichinho, ignorando os costumes cariocas da noite, passava perto de uns homens que conversavam à porta de um bar.

O animal deixa-se operar, com a maior serenidade. Seus olhos envolvem o porteiro numa carícia agradecida.

- Marcolina. Dou-lhe este nome em lembrança de uma cabra que tive quando garoto, no Icó. Está satisfeita, Marcolina?

- Muito, Francisco.

Sem reparar que a cabra aceitara o diálogo, e sabia o seu nome, Francisco continuou:

- Como foi que você teve ideia de vir ao Miguel Couto? O Hospital Veterinário é na Lapa.

- Eu sei, Francisco. Mas você não trabalha na Lapa, trabalha no Miguel Couto.

- E daí?

- Daí preferi ficar por aqui mesmo e me entregar a seus cuidados. Não posso explicar mais do que isso, Francisco. As cabras não sabem muito sobre essas coisas. Sei que estou bem ao seu lado, que você me salvou. Obrigada, Francisco.

E lambendo-lhe afetuosamente a mão, correu os olhos para dormir. Bem que precisava.

Aí Francisco levou um susto, saltou para o lado:

- Que negócio é esse: cabra falando?! Nunca vi coisa igual na minha vida. E logo comigo, meu pai do céu!

A cabra descerrou um olho sonolento, e por cima das barbas parecia esboçar um sorriso:

- Pois você não se chama Francisco, não tem o nome do santo que mais gostava de animais neste mundo? Que tem isso, trocar umas palavrinhas com você? Olhe, amanhã vou pedir ao Ariano Suassuna que escreva um auto da cabra, em que você vai para o céu, ouviu?

Estrambote

Que um dia Francis Jammes abra
lá no alto seu azul aprisco.
Mande entrar Marcolina, a cabra,
e seu bom amigo Francisco.


(Obra retirada do facebook de Leonardo Valdez)

Tipos de clima da Ásia

A Ásia, por ser um continente extenso de oeste a leste e de apresentar influências no clima como por exemplo o relevo, possui diversos climas. São eles:

Equatorial: É um clima quente e chuvoso com temperaturas médias de 25 ºC para cima presente em áreas onde a linha do Equador se encontra, como na Indonésia, Malásia e sul das Filipinas. Sua amplitude térmica anual é de 2 ºC.
A vegetação presente neste clima é de florestas densas, heterogêneas e úmidas, (floresta equatorial e tropical).

Tropical: Este já é um clima com temperaturas médias menores do que o equatorial, porém sua amplitude térmica anual é maior. Ocorre na Índia, Indochina e Filipinas. A vegetação presente neste clima também é de florestas. Já nas áreas secas encontramos uma vegetação herbácea (ervas) e arbórea (árvores).

Temperado: É mais presente no extremo oeste e leste por ser bastante influenciado pela maritimidade. O clima temperado é caracterizado por possuir as estações do ano bem definidas. Apesar de ser mais influenciado pela maritimidade, também é influenciado pela continentalidade devido a grande extensão territorial da Ásia, possuindo ai um curto período de estiagem.
Sua vegetação é a floresta temperada caducifólia, cujas folhas das árvores caem no inverno.

Árido e Semi-árido: Está presente no centro no continente, onde a disposição do relevo favorece o surgimento de áreas mais secas. Este clima possui temperaturas médias de 35 ºC a 40 ºC durante o dia e ao anoitecer as temperaturas caem para abaixo de 0 ºC.
A vegetação é xerófila, uma vegetação resistente à seca.
O povo que vive nesta região são nômades e pasteorizam ovelhas.

Frio de altitude: Como o próprio nome diz é um clima influenciado pela altitude e está presente em áreas montanhosas. É caracterizado por aparecimento de neve no pico das montanhas, uma vegetação herbácea de curta vida e quanto maior a altitude mais frio o local é.

Frio e Subpolar: O subpolar está presente em regiões de elevadas latitudes como na Sibéria, possui invernos longos e rigorosos, a temperatura não passa de 10 ºC, e solos cobertos por gelo por pelo menos metade do ano. No curto verão aparece a vegetação de tundra.
Já o frio neva durante 3 a 6 meses no ano e a vegetação é a de coníferas.

Subtropical: O clima subtropical possui verões quentes e invernos curtos. É dividido em subtropical úmido ou chinês (por estar presente no leste da China) e subtropical mediterrâneo.
O clima subtropical úmido é caracterizado, por possuir chuvas bem distribuídas durante o ano. Sua vegetação é a floresta subtropical, em que algumas árvores perdem as folhas durante a estação fria.
Já o clima subtropical mediterrâneo é caracterizado por possuir verões quentes e secos e chuvas durante o inverno. Sua vegetação é uma mata rala, pois já fora devastada dando lugar à agricultura.

Monções: Caracterizado por possuir invernos secos e verões chuvosos. Isso ocorre porque as massas de ar deslocam do continente para o oceano durante o inverno e durante o verão elas deslocam-se do oceano para o continente bastante úmidas.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

China

A China era um país muito fechado para o exterior. Ela tinha apenas o porto de Cantão para comércio com o exterior.
Este fato estava prejudicando muito os ingleses, que queriam comercializar com a China.
Visando acabar com os prejuízos, os ingleses apresentaram o ópio (forte entorpecente) aos chineses e viram ai um bom meio de comércio, o de drogas.
Com a população chinesa ficando cada vez mais dependente desta droga, o imperador chinês declarou ilegal o consumo do ópio, pois estava acabando com a capacidade produtiva da população chinesa.
Com isso, obviamente a Inglaterra não ficou nada satisfeita e com o apoio da França declarou guerra a China, inciando ai o período da Guerra do Ópio (1839-1842).
A China foi totalmente destruída e sendo assim obrigada a assinar o Tratado de Nanquim, que consistia em abrir 5 portos para o comércio exterior e como se não bastasse acabou perdendo Hong Kong para a Inglaterra.
Com o passar do tempo, a China não abrira ainda os portos e isso veio a surgir mais uma guerra declarada pela Inglaterra contra a China, que por sinal foi destruída novamente.
A China, por perder esta guerra foi obrigada a assinar o Tratado de Tanquim que consistia em abrir os 5 portos que não abrira ainda mais 11 portos para o comércio com o exterior.
Neste contexto, a China estava totalmente falida, sua economia estava uma miséria e então começaram a surgir grupos chineses que planejavam um meio de expulsar os estrangeiros de seu país.
A Inglaterra descobriu e com a ajuda dos EUA, França, Rússia e Japão acabaram com estes grupos secretos.
Estudantes e intelectuais começaram a achar que a única forma de expulsar os estrangeiros do país seria proclamando uma república.
Em 1912 Sun Yatsen proclamou a república, mas para a infelicidade chinesa os estrangeiros não foram expulsos, a proclamação de uma república não adiantara de nada. Devido a isso, Sun Yatsen não permaneceu por muito tempo no poder.
Os estudantes e intelectuais começaram a fazer manifestações contra o japão que estava impondo regras e condições sobre a China na Conferência de Paris.
Nisso, foi criado a Kuomintang (Partido nacionalista), com o apoio da URSS e do Partido Comunista Chinês e era liderada por Sun Yatsen.
Em 1925 Sun Yatsen morre e Chiang Kai-chek sobe ao poder, desfazendo a aliança com a Kuomintang e perseguindo seus membros severamente.
Com isso uma guerra civil acendera-se, comunistas contra nacionalistas e os comunistas só estavam sendo derrotados.
Os comunistas se refugiaram para o interior do país e Mao Tsé-Tung criou o Exército Vermelho.
Aproveitando da guerra civil de chineses contra chineses o Japão invade  a China.
Em 1934-1935 ocorre a Longa Marcha liderada por Mao Tsé-Tung que consiste em cerca de 150.000 pessoas caminhando 10.000 Km para aderir pessoas (a maioria camponeses) para o Partido Comunista Chinês.
Durante esse tempo, o Japão continua a invadir a China e Chiang Kai-Chek se vê obrigado a aliar-se com os comunistas para tirar os japoneses do país.
Após a Segunda Guerra Mundial o Japão se retira da China totalmente destruído e Chiang Kai-Chek torna a reascender a guerra civil entre nacionalistas e comunistas.
De um lado os comunistas com o apoio da URSS e de outro os nacionalistas com o apoio dos EUA, mas não adiantou de nada o esforço nacionalista, pois os comunistas invadiram Pequim (atual Beijing) e proclamaram a República Popular da China.
Isso obrigou que Chiang Kai-Chek se refugiasse em Taiwan e lá proclamou a República Nacionalista da China.
As consequências disso foi ter uma China bipolar, mas a China comunista nunca aceitou a independência da China nacionalista.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ásia: Hidrografia

A ásia é um continente de grande diversidade hidrogáfica contendo rios, lagos e até planícies decorrentes destes.
Um exemplo são os rios Ganges e Bramaputra, cujo delta (formação semelhante a um triângulo na foz dos rios), deles formam uma planície de sedimentação.
Esta planície de sedimentação está localizada em um país com elevado índice populacional, Bangladesh, com mais de 160 milhões de habitantes sendo 1.102 por quilômetro quadrado.
Além dos rios, encontramos lagos asiáticos importantes como o Baikal localizado na Rússia, Balkhash localizado no Cazaquistão e outros como o Mar Cáspio que divide a Ásia da Europa, Mar de Aral e Mar Morto.
Os lagos e rios localizados nas altas latitudes do continente asiático são congelados no inverno rigoroso.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Momento de Descontração

Olá pessoal, venho através deste recomendar àqueles que gostam de ler livros um livro que acabei de terminar de ler. O título do livro é "O gato sou eu" de Fernando Sabino. Trata-se de um livro de contos e eu gostei muito! São vários contos de diversos temas muito interessantes! Leiam!




quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Salvo pelo Flamengo - Paulo Mendes Campos


Desde garotinho que não sou Flamengo, mas tenho pelo clube da Gávea uma dívida séria, que torno pública nesse escrito. Em 1956, passei uma semana em Estocolmo, hospedado em um hotel chamado Aston. Era primavera, pelo menos teoricamente, havia um congresso internacional na cidade, os hotéis estavam lotados, criando contratempo para turistas do interior ou estrangeiros. A recepção do Aston, por exemplo, vivia sempre cheia de gente implorando por um quarto ou discutindo a respeito de uma reserva feita por telegrama ou telefone.
Estava há dois ou três dias na cidade, quando me pediram para receber um brasileiro e encaminhá-lo ao hotel, onde lhe fora reservado de fato um apartamento. Era uma hora da madrugada quando entramos no hotel e me encaminhei até o empregado do balcão, dando-lhe o nome do meu amigo e lembrando-lhe a reserva. O funcionário, homem, de uns sessenta anos e de uma honesta cara escandinava, tomou uma atitude estranha e difusa, que a princípio me surpreendeu e ia acabando por me indagar: ele não confirmava a existência da reserva, nem deixava de confirmar. Como começasse a protestar, vi que seu rosto tomava uma expressão aflita; eu entendendo cada vez menos. Quando passei a exigir o apartamento com alguma energia, o homem, trêmulo, nervoso, pediu-me desculpa e trouxe afinal a ficha de identificação. Foi aí que vi levantar-se da penumbra de uma saleta contígua e gigante.
Se o leitor conhece um homem forte, muito forte mesmo, imagine uma pessoa duas vezes mais forte, e terá uma ideia desse gigante que veio andando até nós, botando ódio pelos olhos e espetacularmente bêbedo. O monstro passou por cima com desprezo e, agarrando o empregado pela gola do uniforme, entrou a sacudi-lo e insultá-lo em sueco. Às vezes, éramos arrolados nessa invectiva, pois o gigante nos apontava enquanto dizia coisas. O empregado,
demonstrando possuir um bom instinto de conservação, deixava-se sacolejar à vontade. Rosnando, o ciclope foi sentar-se de novo na saleta, onde só então dei pela presença de outro sujeito, também bêbado, mas sinistramente silencioso.
É hoje, pensei. Saí do meu Brasilzinho tão bom, fazer uma viagem imensa, para ser trucidado sem explicação por um bêbado. O fato de ser na Suécia, onde arbitrários atos de violência não são comuns, ainda tornava mais absurdo, um absurdo existencialista, o meu triste fim.
Indaguei ao empregado o que se passava. Ficou mudo. Insistia na pergunta, e ele, sussurrando desamparadamente, explicou-me que o gigante estava a pensar: primeiro, que não conseguira vaga no hotel por ser sueco e estar embriagado; segundo, que nós conseguiríamos por ser americanos, e norte-americanos. Ora, se meu amigo de fato era meio ruivo, seu jeitão era mineiro; quanto a mim, se fosse americano só poderia ser filho de portugueses. Por outro lado, o meu inglês amarrado não deixava a menor dúvida sobre a questão de ser ou não ser americano. Só mesmo um sueco bêbado em uma madrugada de neve e vento iria supor que fôssemos americanos. Mas agora era o próprio gigante que bradava para nós com sarcasmo e ira:
─ American! American!
Fiquei um pouco mais esperançoso, acreditando que ele falasse inglês, e disse-lhe, exagerando minha alegria e o meu orgulho por isso, que não éramos americanos coisa nenhuma, éramos brasileiros.
Não entendeu ou talvez pensou que estivéssemos covardemente a renegar a nossa pátria, voltando vociferar, em um esforço linguístico que contraia todos os músculos do seu rosto:
─ American! Dólar! No like!
Essa versátil discussão ia levar-me ao abismo, quando de súbito me apareceu que a palavra “Brasilian” havia penetrado enfim em sua testa granítica. Descontraindo os músculos, o gigante me perguntou:
─ Brazil?! No american? Brazil?
Não tinha certeza se ele estava me gozando, mas sua expressão era tão estranhamente deslumbrada e infantil que afirmei cheio de entusiasmo:
─ Yes, Brazil.
Ele se levantou, cambaleou, aproximou-se, apontou meu amigo:
─ Brazil, Brazil.
Veio chegando, sorrindo, em pleno estado de graça e grito com alma, como se saltasse o nascimento de um mundo novo.
─ Flamengo!! Flamengo!!
Imediatamente o gigante entrou em transe e começou a fazer problemáticas firulas com uma bola imaginária, mas dando a entender cabalmente o quanto ele admirava (admirava é pouco: o quanto ele amava) o malabarismo dos nossos jogadores. O gigante se desencantara, virando menino. A certa altura, depois de fazer um passe de letra, parou e confessou-me com um orgulho caloroso:
─ I Flamengo! I Rubens!
Ele não era sueco, não era gigante, não era bêbado, não era um ex-campeão de hóquei (conforme soube depois), era Flamengo, era Rubens.
─ You! Flamengo?
Que o Botafogo me perdoe, mas era um caso de vida ou morte, e também gritei descaradamente:
─ Flamengo! Yes! Flamengo! The greatest one!

(Obra retirada do facebook de Leonardo Valdez)

Como se fora um coração postiço - Rubem Braga

Nasceu, na doce Budapeste, um menino com o coração fora do peito. Porém – diz um Dr. Mereje – não foi o primeiro. Em São Paulo, há sete anos, nasceu também uma criança assim. “Tinha o coração fora do peito, como se fora um coração postiço.”

Como se fora um coração postiço... O menino paulista viveu quatro horas. Vamos supor que tenha nascido às cinco horas. Cinco horas! Cinco horas! Um meu amigo, por nome Carlos, diria:

-... a hora em que os bares fecham e todas as vitudes se negam....

Madrugada paulista. Boceja na rua o último cidadão que passou a noite inteira fazendo esforço para ser boêmio. Há uma esperança de bonde em todos os postes. Os sinais das esquinas – vermelhos, amarelos, verdes – verdes, amarelos, vermelhos, borram o ar de amarelo, de verde, de vermelho. Os olhos inquietos da madrugada. Frio. Um homem qualquer, parado por acaso no Viaduto do Chá, contempla lá embaixo umas pobres árvores que ninguém jamais nunca contemplou. Humildes pés de manacá, lá embaixo. Pouquinhas flores roxas e brancas. Humildes manacás, em fila, pequenos, tristes, artificiais. As esquinas piscam. O olho vermelho do sinal sonolento, tonto na cerração, pede um poema que ninguém faz. Apitos lá longe. Passam homens de cara lavada, pobres, com embrulhos de jornais debaixo do braço. Esta velha mulher que vai andando pensa em outras madrugadas. Nasceu, em uma casa distante, em um subúrbio adormecido, um menino com o coração fora do peito. Ainda é noite dentro do quarto fechado, abafado, com a lâmpada acesa, gente suada. Menino do coração fora do peito, você devia vir cá fora receber o beijo da madrugada.

Seis horas. O coração fora do peito bae docemente. Sete horas – o coração bate... Oito horas – que sol claro, que barulho na rua! - o coração bate...

Nove horas – morreu o menino do coração fora do peito. Fez bem em morrer, menino. O Dr. Mereje resmunga: "Filho de pais alcoólatras e sifilíticos..." Deixe falar o Dr. Mereje. Ele é um médico, você é o menino do coração fora do peito. Está morto. Os "pais alcoólatras e sifilíticos" fazem o enterro banal do anjinho suburbano. Mas que anjinho engraçado! - diz Nossa Senhora da Penha. O anjinho está no céu. Está no limbo, com o coração fora do peito. Os outros anjinhos olham espantados. O que é isso, seu paulista? Mas o menino do coração fora do peito está se rindo. Não responde nada. Podia contar a sua história: "o Dr. Mereje disse que..." - mas não conta. Está rindo, mas está triste. Os anjinhos todos querem saber. Então o menino diz:

- Ora, pinhões! Eu nasci com o coração fora do peito. Queria que ele batesse ao ar livre, ao sol, à chuva. Queria que ele batesse livre, bem na vista de toda a gente, dos homens, das moças. Queria que ele vivesse à luz, ao vento, que batesse a descoberto, fora da prisão, da escuridão do peito. Que batesse como uma rosa que o vento balança...

Os anjinhos todos do limbo perguntaram:

- Mas então, paulistinha do coração fora do peito, pra que é que você foi morrer?

O anjinho respondeu:

- Eu vi que não tinha jeito. Lá embaixo todo mundo carrega o coração dentro do peito. Bem escondido, no escuro, com paletó, colete, camisa, pele, ossos, carne cobrindo. O coração trabalha sem ninguém ver. Se ele ficar fora do peito é logo ferido e morto, não tem defesa.

Os anjinhos todos do limbo estavam com os olhos espantados. O paulistinha foi falando:

- E às vezes, minha gente, tem paletó, colete, camisa, pele, ossos, carne, e no fim disso tudo, lá no fundo do peito, no escuro, não tem nada, não tem coração nenhum. E quando eu nasci, o Dr. Mereje olhou meu coração livre, batendo, feito uma rosa que balança ao vento, e disse, sem saber o que dizia: "parece um coração postiço". Os homens todos, minha gente, são assim como o Dr. Mereje.

Os anjinhos estavam cada vez mais espantados. Pouco depois começaram a brincar de bandido e mocinho de cinema e aí, foi, acabou a história. Porém o menino estava aborrecido, foi dormir. Até agora, ele está dormindo. Deixa o anjinho dormir sono sossegado, Dr. Mereje!

(Obra retirada do facebook de Leonardo Valdez)

Ásia: Relevo

A Ásia é o maior continente do mundo o que faz com que ela tenha uma grande diversidade de climas, relevo, vegetação e etc. Todos estes fatores são influenciados pela latitude, altitude, a presença de muitas montanhas que impedem a circulação de massas de ar e a continentalidade por ser um continente de grande extensão de leste a oeste.
O relevo do continente asiático é composto por montanhas, planaltos e planícies. Todos eles são frutos de agentes internos do relevo (dobramentos, falhamentos, terremotos e vulcanismo).
O continente asiático possui o mais alto pico do mundo, a cordilheira do Himalaia, com cerca de 8.848 m. Além da cordilheira do Himalaia é importante lembrar de montanhas importantes como a cadeia Tian Shan e os montes Saian e Altai, ambos localizados na região central do continente.
Como dito anteriormente, além de montanhas a Ásia é composta por planaltos importantes como o planalto Pamir, localizado entre as fronteira do Paquistão, Afeganistão e Tadjiquistão, o planalto do Tibete localizado no sul da China, o planalto central Siberiano, entre outros.
As planícies mais importantes que se destacam em uma grande região do continente asiático são planícies como: planície da China localizada entre os rios Hoang-ho (Rio Amarelo) e Yan tsé-kiang (Rio Azul), planície da Mesopotâmia localizada entre os rios Tigre e Eufrates, planície Indo-Gangética localizada ao norte da Índia, planície da Sibéria localizada ao norte da Rússia, planície do Amur localizada ao norte da Manchúria, entre outras.

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terça-feira, 7 de agosto de 2012

O que se entende por Física?

A física, diferente da química que estuda os componentes da natureza, de que forma estes componentes se ligam e do que eles são compostos ela estuda as forças e energias envolvidas na natureza.
Ela começou a ser vista e desenvolvida a partir de Galileu Galilei que provou a teoria heliocentrista com suas observações através do telescópio. Assim por diante a física foi bastante desenvolvida e aderiu a físicos ótimos, como os grandes conhecidos Albert Einsten, Werner Heisenberg, Max Planck e vários outros.
Albert Einsten é mundialmente conhecido por suas teorias e uma delas é a Teoria da Relatividade, a qual farei um post exclusivo para explicá-la.
A física dividi-se em: mecânica (estuda o movimento dos corpos), eletromagnetismo (estuda fenômenos elétricos e magnéticos), termologia (estuda o calor), ondulatória (estuda as ondas como a da luz, som, mar e etc), acústica (estuda o fenômeno sonoro e suas propriedades) e óptica (estuda a luz e suas interações com o meio material). 
Nos próximos post's explicarei cada uma de suas subdivisões.

O que são orações subordinadas reduzidas? E as desenvolvidas?

Todas as orações subordinadas, seja ela adverbial, substantiva ou adjetiva que possuem um conectivo (conjunção subordinada ou pronome) e que estão no modo indicativo, imperativo ou subjuntivo, são orações subordinadas desenvolvidas.
Mas afinal, o que seria então a tal da oração subordinada reduzida?
Como o próprio nome diz ela é uma oração reduzida devido ao fato de não possuir conectivo (conjunção subordinada ou pronome). Além de não possuir pronome, os seus modos são diferentes. As orações subordinadas reduzidas geralmente se encontram no modo gerúndio, particípio ou infinitivo. Caso seja uma oração subordinada adverbial condicional ela se classificaria da seguinte forma: "Ao viajar, não tome bebidas alcoólicas", como vocês podem ver o verbo viajar está no infinitivo, isto significa que a oração ficaria classificada da seguinte forma: Oração Subordinada Adverbial Condicional Reduzida de Infinitivo.
Sempre que uma oração reduzida for de infinitivo lembrem-se da substantiva, pois a substantiva só aparece se a oração for de infinitivo. Já se as orações forem de gerúndio ou particípio elas só poderão ser adverbial ou adjetiva.
Lembrando a vocês que uma oração reduzida de infinitivo pode ser também adverbial ou adjetiva, mas analisem sempre com prioridade a substantiva, afinal ela só é presente na reduzida de infinitivo.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Governo JK (1956-1961)

No governo, JK tinha como seu vice-presidente João Goulart (Jango), que estava sendo acusado por Carlos Lacerda, através de seu jornal e rádio, de importar armas e destiná-las às milícias operárias, ou seja, tudo começa com oposição.
JK tinha como objetivo em seu governo, o Plano de Metas, que consistia em investimentos maciços em indústria, educação, alimentação, transporte e etc. E a "meta-síntese", que consistia na criação de Brasília.
Todos esses investimentos seriam e foram feitos com capital estrangeiro, ou seja, JK não era muito nacionalista quanto Getúlio.
Juscelino Kubitschek focou em uma industrialização rápida agregando indústrias estrangeiras no Brasil e impossibilitando uma técnica nacional, totalmente o contrário de  Getúlio, que visava a criação de empresas nacionais o que possibilitava técnicas nacionais (inexistentes).
Então o presidente JK iniciou a criação da capital Brasília, aliviando a pressão sobre a antiga capital RJ e incentivando a popularização e economia do interior brasileiro com estradas ligando as diversas regiões do Brasil.
Com a capital pronta e já iniciado o processo de industrialização, empregando indústrias automobilísticas e etc, o Brasil ficou com disparidades regionais, ou seja, o interior ficou industrializado e popularizado, o leste já era, e as outras regiões como o nordeste e o sudeste ficaram sem a infraestrutura que o interior e o leste tinham.
Devido a isso, o nordeste, tendo como líder Francisco Julião, reivindicou melhores condições de vida. JK então criou a SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste).
O governo teve como característica, um momento eufórico, mas também de preocupação devido à dívida externa e a inflação.
Tendo o fim de seu governo em 1961, Jânio Quadros assumiu o poder no mesmo ano.

O retorno de Vargas

Getúlio Vargas volta ao poder, mas desta vez não em um governo ditatorial, mas ainda sim com aquele nacionalismo exacerbado.
Desta vez, tem a frente os "entreguistas", (grupo de pessoas que apoiavam o capital estrangeiro).
Durante o período de seu novo governo (1951-1954), Getúlio Vargas tinha o objetivo de nacionalizar empresas, impedir que empresas estrangeiras se estalassem no Brasil, além das já presentes, e a criação de empresas nacionais, tais como: Petrobrás, Eletrobrás e Vale do rio doce. 
Getúlio tinha como maior parte de seus apoiadores, os operários e para não perder o apoio deles, João Goulart seu ministro do trabalho, aumentou o salário mínimo em 100%.
Com isso a oposição que já tinha desde o início do seu novo governo, se tornou maior por parte dos patrões, pois obviamente os prejudicou.
Lacerda, jornalista e escritor, que fazia parte da UDN, (partido totalmente contra Getúlio), falava muito mal de seu governo nas rádios, nos jornais e etc, o que aumentava a pressão em cima de Getúlio Vargas.
Até que a crise atinge o seu estopim quando Lacerda sofre um atentado em que tentam matá-lo a tiros e acabam o acertando, mas mata o major Rubens Vaz que estava com ele presente.
A culpa do crime recaiu sobre Gregório Fortunato, (guarda-costas de Getúlio Vargas) e isso foi a derrota para Getúlio.
Assim, Getúlio muito esperto, não renunciou, mas sim se suicidou, adiando a ditadura militar e deixando sua carta-testamento. 

A queda de Vargas e a Constituição de 46

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil estava do lado dos Aliados, que estavam contra os países do Eixo (países cujo governo é ditatorial nazi-fascista). Isso permitiu que a oposição caísse em cima de Getúlio, pois os Aliados estavam contra países ditatoriais e o     Brasil, que estava contra também, vivenciava um governo ditatorial.
Com esta contradição, surgiu o primeiro manifesto em busca de uma redemocratização: o Manifesto dos Mineiros, que mais tarde daria origem a UDN (União Democrática Nacional),  um partido opositor do Getúlio.
Cada vez mais o movimento em busca da redemocratização tomava mais força, pelo fato de a Democracia ter vencido na Europa, o que inspirava os ideais da redemocratização.
Os que apoiavam Getúlio Vargas, queriam o adiamento das eleições presidenciais, programadas para breve e, no lugar desta, a instalação de uma Assembleia Constituinte. As pessoas que apoiavam Getúlio ficaram conhecidas como "queremistas" devido ao grito de guerra "Queremos Getúlio!"
As coisas tomaram uma dimensão maior quando Getúlio Vargas, muito pressionado, nomeou   seu irmão chefe de polícia.
Logo acusaram Getúlio Vargas de estar tramando um golpe de Estado para continuar no poder.
Em 1945 Getúlio renuncia dando lugar ao Eurico Gaspar Dutra, do partido PSD-PTB (Partido Social Democrata e Partido Trabalhista Brasileiro).

A Constituição de 1946

Em 1946 foi promulgada uma nova Constituição que vigorou até 1964, quando implantaram  no Brasil a Ditadura Militar, cujas características são:
- Voto universal e secreto, para maiores de 18 anos alfabetizados.
- Direito a voto direto.
- Três poderes (Judiciário, Legislativo e Executivo)
- Restrições a greve.
- Restrições a reforma agrária.




segunda-feira, 18 de junho de 2012

O mundo Pós-Guerra

Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo foi dividido em dois blocos antagônicos: Ex-URSS (bloco socialista) e EUA (bloco capitalista).
A Segunda Guerra Mundial não resolveu conflitos sociais, políticos e econômicos mas sim apenas os aprofundou, assim o mundo viveu em pleno terror com o surgimento da Guerra Fria e no seu fim a possível chance de haver uma catástrofe nuclear no mundo devido a disputa armamentista entre os dois blocos.
Em 1943, Roosevelt (EUA), Churchill (Inglaterra) e Chiang Kai-Check (China), se reuniram na Conferência do Cairo para saber o destino do Império Japonês. Foi resolvido que as regiões ocupadas por ele durante a Segunda Guerra Mundial seria devolvidas à China, e perderia também suas ilhas no Pacífico.
Logo depois as três potências se reuniram em novembro de 1943, Roosevelt (EUA), Churchill (Inglaterra) e Stalin (URSS), na Conferência do Teerã no Irã e Stalin conseguiu abrir uma frente de guerra no Ocidente para aliviar a pressão nazista que estava sofrendo a região soviética. Além disso foi tida a anexação dos territórios: Lituânia, Letônia e Estônia à URSS.
Novamente, em fevereiro de 1945 houve a Conferência de Yalta onde se reuniram Roosevelt (EUA), Churchill (Inglaterra) e Stalin (URSS) para discutir sobre a criação da ONU (Organização das Nações Unidas) e a divisão da Coreia em blocos capitalista e socialista.
Em julho de 1945, reuniram-se Stalin (URSS), Churchill (Inglaterra) e Truman representando os EUA devido  à morte de Roosevelt, para tomar decisões sobre a Alemanha como: demilitarização, redução da capacidade industrial, pesada indenização (cerca de 20 bilhões de dólares) e etc. Foi estabelecido também a divisão de Berlim e da Alemanha em quatro zonas: britânica, francesa, estadunidense e soviética.
Com o mundo bipolar surgiu a ONU, ideologias como a Doutrina Truman, Plano Marshall,  organizações de ajuda mútua como a COMECOM (URSS) e organizações militares para se proteger de uma possível agressão de ambos os lados, a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e o Pacto de Varsóvia (URSS).